O que é ESG?

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O que é ESG?

Entenda o que é ESG e por que a sigla virou febre no mundo dos negócios?

Sinônimo de boas práticas ambientais, sociais e de governança tornou-se selo para empresas e investimentos responsáveis.

Ser reconhecido por cuidar do meio ambiente, promoverimpacto social positivo e adotar uma conduta corporativa ética. Esse se tornouo padrão ouro do mundo dos negócios. Na mais nova etapa do capitalismo consciente, a obsessão das empresas pode ser resumida em apenas três letras: ser ESG.

 

No entanto, de uns anos para cá, falar em ESG virou febre, e a sigla foitransformada num selo que atesta a responsabilidade de empresas e investimentos.

Segundo o Google Trends, ferramenta que mostra o volume de buscas sobreum termo no Google, o interesse pelo ESG atingiu, em 2021, seu nível mais altoem 16 anos. A procura foi quatro vezes maior que a média do ano passado e 13 vezes superior à de 2019.

Geralmente, quando o mundo dos negócios fica obcecado por um assunto, é porque a bússola do dinheiro está apontada para lá. Com o ESG não é muito diferente.

Em grande parte, quem está impulsionando o movimento ESG nas empresas são os investidores.
A própria origem do termo remete a isso.

A primeira vez que ele apareceuoficialmente foi em 2004, numa publicação chamada “Who Cares Wins” —algo como “quem se importa vence”, em português.
O documento foi um pedido do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan para queinstituições financeiras incorporassem princípios sociais, ambientais e degovernança em suas análises de investimento.

Onze anos depois, dois eventos fariam o tema da sustentabilidade ganhar aindamais tração no mercado financeiro: a
Agenda 2030 da ONU.

Contudo, o ESG seguia em baixa no dicionário corporativo. Até que, em 2020, odiretor-executivo da
BlackRock.

Um relatório da consultoria PwC também mostrou que, até 2025, 57% dosativos europeus estarão alocados em fundos que têm os três princípios comocritério. Além disso, 77% dos investidores do continente pretendem parar decomprar produtos “não ESG” nos próximos dois anos.

No Brasil, os números ainda são baixos, mas vêm crescendo. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais),em 2020 havia cerca de R$ 700 milhões em fundos ESG, quase três vezes mais que no ano anterior.

Tornar-seESG não é só uma questão de imagem, é de dinheiro também.
“As empresas aumentaram o interesse em incorporar boas práticas. Existe aconsciência do mundo corporativo, mas também tem muita pressão dos investidores e das gestoras que alocam recursos”, diz Carlos Takahashi, coordenador do grupo consultivo de sustentabilidade da Anbima e diretor executivo da BlackRock Brasil.

Mas quem define se um negócio incorpora ou não princípios ESG? Oficialmente ninguém. Não há uma entidade que ateste isso, mas existem algumas formas de verificar.

Um caminho são os sites de avaliação rating, como o MSCI ESG (https://www.msci.com/our-solutions/esg-investing/esg-ratings), o Su (https://www.sustainalytics.com/), stainalytics (https://www.sustainalytics.com/) e o Refinitiv ESG (https://www.refinitiv.com/en), que dão umapontuação para as empresas com base em relatórios de sustentabilidade, notícias da imprensa e ONGs.

Outra forma são os índices de Bolsa, que reúnem companhias com compromissos ambientais, sociais e de governança, com o objetivo de medir suas performances no mercado.

No Brasil, o primeiro indexador dedicado ao ESG foi lançado em agosto de 2020 pela S&P com a B3, a Bolsa brasileira. Mas, desde 2005, oÍndice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 faz trabalho parecido.

Por mais elementares que sejam os pilares social e de governança, ainda é comum que empresas concentrem suas iniciativas ESG na parte ambiental.


Afora as boas iniciativas, o ESG tem um longo caminho a percorrer até provar que não é apenas a nova palavra favorita de um capitalismo mais marqueteiro que consciente. Enquanto isso, o desafio vai ser entender o que é pra valer e o que é
greenwashing, a chamada propaganda enganosa verde.

Mas, seja por modismo ou pressão, as empresas estão se envolvendo com o tema, e, como argumenta Carlo Pereira, isso já é relevante.
“Estamos na época da hipertransparência e o espaço para as empresas brincarem com essa agenda é cada vez menor. Quem entrar na roubada de fazer greenwashing vai se dar mal, porque vai ter que se movimentar mais rápido e gastar mais dinheiro do que se fizesse o compromisso direito”, afirma.

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