Boto-vermelho entra em perigo de extinção

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Boto-vermelho entra em perigo de extinção

A dois passos da classificação de ‘Extinto’ o boto-vermelho está classificado como “em perigo de extinção” na lista vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). O Tucuxi, outro golfinho da Amazônia encontra-se como ‘dados insuficientes’ na lista.

Para conseguir classificar os golfinhos da Amazônia na lista vermelha, a IUCN contou com os dados de pesquisas do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) coordenado pela pesquisadora Vera da Silva, dentre outros institutos de pesquisas do Brasil e do Mundo.

A pesquisadora, que também é responsável pelo projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia patrocinado pela Petrobras, explica que o Projeto Boto do Inpa há 25 anos desenvolve pesquisas com esta espécie na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá.

 

“Desde 2000 as pesquisas nos mostram que a população de botos naquela região vem reduzindo drasticamente a cada década. A preocupação maior é a velocidade que esta espécie está sendo retirada da natureza, se isso acontece no entorno de uma reserva protegida, modelo na Amazônia, imagine em uma área sem proteção”, indaga a pesquisadora.

Tucuxi pode entrar na categoria “em perigo”

A pesquisadora explica que as ameaças que atingem o boto-vermelho são as mesma que atingem o tucuxi que está na lista da IUCN como “dados insuficientes”. “Ambas espécies sofrem com a captura direta, a captura acidental, tem as represas que fragmentam as populações, e também a poluição dos rios, sabemos que nosso rios possuem poluentes como o mercúrio, entre outros, então tudo isso levou a está classificação na lista vermelha”, comenta.

Da Silva comenta que o tucuxi deverá entra na lista em uma categoria de ameaça até março do ano que vem, após revisão. “O tucuxi é muito capturado acidentalmente em redes de pesca”, explica acrescentando que isso acontece cada vezcom mais frequência por conta da demanda por peixes que está crescendo cada vez mais.

O Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia engloba o Projeto Boto e o Projeto Peixe-boi que é executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), em parceria com o Inpa, e recebe apoio financeiro da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Moratória que proíbe pesca da piracatinga termina em 2019

Ainda segundo a bióloga que é doutora em Ecologia e Reprodução de Mamíferos pela Universidade de Cambridge, a classificação de “em perigo” de extinção é um alerta para as autoridades brasileiras ao que diz respeito às ações para conservação das espécies.

Uma dessas ações evitar as populações do boto-vermelho da extinção foi a moratória assinada em um acordo, em 2014, entre o Ministério de Meio Ambiente e o Ministério de Pesca e Aquicultura, recomendado pelo Ministério Público Federal pelo período de cinco anos

Para Silva, cinco anos não é o suficiente para essas espécies se recuperarem. “Para a moratória não ser renovada os órgãos responsáveis pela pesca na região terão que provar que a pesca a piracatinganão envolve os golfinhos da Amazônia nessa atividade e que encontraram uma solução para que o boto-vermelho não seja utilizado com isca”, enfatiza a bióloga.

Campanha Alerta Vermelho é realizada pela Ampa e tem a parceria do Inpa, MPF, ICMBio, Ibama, Ipaam, IUCN, e o Instituto Anahata.

Lista vermelha

A lista vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN classifica as espécies em nove grupos definidos por critérios rigorosos que incluem taxa de declínio da população; tamanho e distribuição da população; área de distribuição geográfica e grau de fragmentação.

“Em perigo” é a categoria que evidência que a espécie provavelmente será extinta em um futuro próximo. Segundo a IUCN, este é o segundo estado de conservação mais grave para as espécies na natureza.

As informações são do Inpa.

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