Incrível peixe com cabeça transparente
Com robô subaquático, cientistas registram incrível peixe com cabeça transparente e olhos que rodam para cima e para baixo.
“Todos nós sabíamos que esta provavelmente era uma experiência única na vida”. Foi assim que o pesquisador Knute Brekke, do Monterey Bay Aquarium Research Institute, da Califórnia, nos Estados Unidos, definiu o momento em que a equipe do instituto viu o peixe-fantasma, também chamado de peixe-de-olhos-de-barril (Macropinna microstoma). Esta criatura, ao mesmo tempo bizarra e incrível, tem a cabeça transparente, preenchida por um fluido, e seus olhos, esverdeados e fluorescentes, podem rodar para cima e para a frente.
Brekke estava pilotando um robô subaquático, localizado a mais de 600 metros de profundidade, em um dos canyons da Baía de Monterey, um dos mais profundos na costa do Pacífico. Primeiramente os cientistas viram o animal bem pequeno, longe da câmera. Mas imediatamente reconheceram o peixe-fantasma.
Medindo cerca de 15 centímetros, a espécie foi descrita pela primeira vez em 1939, quando um indivíduo ficou preso numa rede de pesca e teve a parte da cabeça destruída. Só se conseguiu uma foto dele vivo, em seu habitat natural, em 2004. Nas últimas três décadas, mesmo com 5.600 mergulhos e mais de 27 mil horas de vídeos gravados, o time do aquário da Califórnia só tinha observado o Macropinna microstoma poucas vezes. Até o novo registro recentemente.
O peixe-fantasma tem uma boca pequena e duas pequenas reentrâncias onde os olhos normalmente estariam, mas na verdade, são seus órgãos olfativos. Já seus olhos são duas orbes verdes brilhantes. Os pesquisadores explicam que ele pode girá-los para cima, em busca de suas presas e predadores, e para a frente para ver seu alimento ao comer.
A espécie pode ser observada em regiões do Mar de Bering até o Japão e também, na Baja California, em águas muito profundas entre 600 e 800 metros, onde há pouquíssima luz. O peixe-fantasma se alimenta de pequenos crustáceos e águas-vivas.
Os cientistas suspeitam que os pigmentos verdes nos olhos podem filtrar a luz solar que vem da superfície do oceano, ajudando o animal a localizar o brilho bioluminescente de águas-vivas ou outros seres diretamente acima dele. Mas certamente ainda há muito a ser descoberto sobre essa incrível criatura do fundo dos nossos oceanos!