Pantanal: Câmeras monitoram animais 24 horas

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Pantanal: Câmeras monitoram animais 24 horas

Monitoramento com câmeras faz parte de um projeto de pesquisadores em busca de preservar as espécies.

Mais de 90 mil imagens já foram registradas pelas câmeras de monitoramento que estão em armadilhas no Pantanal. Uma reserva particular na maior planície alagável do planeta é vigiada 24 horas por dia por 110 equipamentos espalhados na área de 108 mil hectares.

Ao todo, são 46 câmeras fotográficas instaladas nas árvores.

O monitoramento com câmeras faz parte da pesquisa "Onças-pintadas e pardas em um mosaico de pantanais no Mato Grosso: uma perspectiva a partir da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil (RPPN) Pantanal e adjacências, que compreende os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, realizada em parceria com o Museu Nacional.

As câmeras funcionam o tempo todo. No entanto, o registro de fotos e vídeos são feitos quando o sensor de presença é acionado.

Segundo o Sesc, na reserva ambiental já foram identificadas cerca de 60 espécies de vertebrados. Dos animais, 13 são ameaçadas em extinção, como onça-pintada, onça-parda, tamanduá-bandeira, cachorro-do-mato-vinagre, ariranha, anta e cervo-do-pantanal.

O projeto ganhou ainda mais importância após os incêndios no Pantanal em 2020. O monitoramento buscava soluções emergenciais para a oferta de alimentos e água aos animais. Após os incêndios, a reserva recebeu mais dez câmeras de monitoramento doadas pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ.

Dummies do Pantanal

Segundo o Sesc, os guardas que atuam na unidade participam ativamente do projeto. Eles indicam os locais em que já há registro de animais, auxiliam na instalação e monitoramento das áreas, garantindo a melhor posição para a captura de imagens.

Já os pesquisadores que atuam na reserva realizam a revisão dos flagrantes, analisam os dados e organizam informações para produção de publicações e relatórios sobre a situação da fauna.

A bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, destaca que o projeto é importante porque possibilita o registro da fauna silvestre em seu habitat, possibilitando a análise do comportamento e a localização, dados considerados fundamentais para entender a fauna dos vertebrados da reserva.

Biodiversidade

A biodiversidade do Pantanal é composta por mais de 2 mil espécies de plantas, 269 peixes, 131 répteis, 57 anfíbios, 580 aves e pelo menos 174 mamíferos. O número de invertebrados é desconhecido.

Grandes vertebrados como cervos, veados, antas e onças não foram observados a partir dos transectos dada a baixa densidade populacional dessas espécies no Pantanal. Mas foram frequentemente encontrados durante o trabalho de combate aos incêndios, mortos ou feridos perto de estradas.

O estudo alerta que as mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem têm influenciado a frequência, a duração e a intensidade das secas na região. O impacto de seguidas queimadas pode ser catastrófico e empobrecer o ecossistema, que já é frágil durante o período sem chuvas. O fogo faz parte da dinâmica natural do Pantanal, mas não nessas proporções.

Diante da possibilidade de novos desastres na região, os pesquisadores esperam com o estudo ajudar a dimensionar os impactos cumulativos causados por incêndios recorrentes no bioma.

 
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