Mata Atlântica
No sentido amplo do termo, a Mata Atlântica engloba um diversificado mosaico de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando a diversidade dos solos, relevos e características climáticas da vasta região onde ocorre, tendo como elemento comum a exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano.
Localização da Mata Atlântica
A Mata Atlântica, antigamente cobria cerca de 1,3 milhões km², estendendo-se por 17 estados. Atualmente, resta cerca de 12,4% da cobertura original, correspondendo a um dos ecossistemas mais ameaçados no mundo.
Está localizada nas seguintes regiões:
- Ocorre nas encostas do Planalto Atlântico e nas baixadas litorâneas contíguas;
- Desenvolve-se pelo litoral das regiões do Nordeste, Sudeste e Sul do País, avançando para o interior em extensões variadas.
Muito rica em espécies, abrigando uma fauna diversificada, recobria de modo quase contínuo uma faixa paralela ao litoral, desde Santa Catarina até o Rio Grande do Norte.
Sua diversidade resulta das condições climáticas, de altitude e de latitude, que se apresentam ao longo de uma faixa florestal originalmente contínua.
Atualmente cerca de 72% da população brasileira vive nessa área que, além de abrigar a maioria das cidades e regiões metropolitanas do País, sedia também os grandes polos industriais, químicos, petroleiros e portuários do Brasil, respondendo por 70% do PIB nacional.
Características da Mata Atlântica
- Caracterizada como uma floresta tropical;
- O clima é úmido, devido a grande quantidade de árvores densas, que tornam a floresta mais fechada;
- Possui fisionomia de vegetação alta e densa, com espécies dos mais variados estratos;
- A precipitação anual varia de 1.000 a 1.750 mm;
- Possuem associação com ecossistemas costeiros de mangues, restingas, foz de rios, baías e lagunas;
- Muitas espécies da fauna e da flora brasileira, em vias de extinção, são endêmicas da mata atlântica;
- No reverso das escarpas, nas porções voltadas para o interior, é caracterizada como uma mata de planalto, devido ao clima úmido mas com estacionalidade bem marcada;
- O relevo é constituído por colinas e planícies costeira, acompanhadas por cadeias de morros.
Flora da Mata Atlântica
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Floresta Atlântica é a mais diversificada do planeta, com mais de 20 mil espécies de plantas, o que comtempla cerca de 35% das espécies existentes no Brasil.
O elevado índice de chuvas ao longo do ano permite a existência de uma vegetação rica, densa, com árvores que chegam a 30 metros de altura.
Destacam-se as seguintes espécies:
- Pau-brasil;
- Jequitibá;
- Quaresmeiras;
- Jacarandá;
- Paineira;
- Figueira;
- Angico;
- Embaúba.
Em um curto espaço, pode-se encontrar mais de 50 espécies vegetais diferentes.
Em relação ao sub-bosque, o mesmo é composto por:
- Epífitas;
- Bromélias;
- Orquídeas;
- Musgos;
- Samambaias;
- Begônias.
Na Floresta Atlântica, o índice de endemismo entre as palmeiras, bromélias e algumas epífitas chega a mais de 70%.
Quais são os ecossistemas associados a Mata Atlântica?
- Restinga;
- Manguezal;
- Campos de Altitude;
- Encraves florestais do Nordeste;
- Brejos Interioranos.
Quais são as formações de vegetação nativa da Mata Atlântica?
- Floresta Estacional Decidual;
- Floresta Ombrófila Densa;
- Floresta Estacional Semidecidual;
- Floresta Ombrófila Aberta;
- Floresta Ombrófila Mista.
Fauna da Mata Atlântica
Numerosas espécies da flora e da fauna são únicas e características do bioma: a maioria das aves, répteis, anfíbios e borboletas são endêmicas, ou seja, são encontradas apenas nesse ecossistema.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas. Hoje, 171 das 202 espécies de animais brasileiros considerados ameaçados de extinção são originários da Mata Atlântica.
A Floresta Atlântica possui uma grande biodiversidade de animais, além de muitos que já estão ameaçados de extinção, como:
- Onça-pintada;
- Jaguatirica;
- Macaco-prego;
- Mico-leão-dourado;
- Preguiça-de-coleira;
- Tamanduá.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, são encontrados na Mata Atlântica cerca de:
- 270 espécies de mamíferos;
- 370 espécies de anfíbios;
- 350 espécies de peixes;
- 850 espécies de aves;
- 200 espécies de répteis.
Infelizmente, nesse cenário de grande riqueza e endemismo de espécies observa-se também um elevado número de espécies em extinção. Em alguns grupos, como o das aves, 10% das espécies encontradas no bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça. No caso dos mamíferos, o número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.
Aves da Mata Atlântica
- Jacu;
- Macuco;
- Jacutinga;
- Araponga;
- Inúmeros beija-flores;
- Tucanos.
Répteis da Mata Atlântica
- Teiú;
- Jiboias;
- Jararacas;
- Corais verdadeiras.
Mamíferos da Mata Atlântica
- Tamanduá-bandeira;
- Tatu-peludo;
- Gato-macarajá;
- Mico-leão-de-cara-preta;
- Muriqui-do-norte.
Anfíbios da Mata Atlântica
- Sapo-boi-da-serra-do-mar;
- Rã-marrom;
- Rã-flautinha.
Peixes da Mata Atlântica
- Lambari;
- Limpa-fundo;
- Lambari-azul-listrado.
Unidades de Conservação da Mata Atlântica
As principais áreas preservadas se encontram em parques nacionais, como por exemplo:
- Superagüi (PR);
- Itatiaia (MG, RJ);
- Serra da Bocaina (SP, RJ);
- Monte Pascoal e Chapada Diamantina (ambos na BA);
- Iguaçu (PR).
Além disso, a vegetação pode ser encontrada em parques estaduais, citando os seguintes exemplos:
- Ilha do Cardoso (SP);
- Ilha de São Sebastião (SP);
- Ilha Anchieta e da Serra do Mar (SP);
- Vale do Ribeira, da Serra do Japi (SP);
- Desengano (RJ);
- Estações ecológicas de Tapacurá (PE), Caratinga (MG), Poço das Antas (RJ) e Juréia (SP).
Degradação da Mata Atlântica
As principais causas da degradação da floresta atlântica são:
- Queimadas;
- Expansão da agropecuária;
- Expansão da urbanização;
- Aumento do plantio de monoculturas;
- Exploração dos recursos naturais de forma insustentável.
Importância da Conservação da Mata Atlântica
Apesar de sua história de devastação, a Floresta Atlântica ainda possui remanescentes florestais de extrema beleza e importância que contribuem para que o Brasil seja considerado o país de maior diversidade biológica do planeta.
Estes são alguns exemplos da importância de manter este bioma conservado e em equilíbrio:
- Regulação do clima;
- Abastecimento de água na região e cidades dos arredores, por meio de seus rios e afluentes;
- Desenvolvimento econômico por meio do turismo;
- Desenvolvimento econômico da produção de fibras, madeiras, óleos e outros recursos naturais;
- Valor histórico-cultural, abrigando diversas comunidades tradicionais;
- Ambiente natural e paisagístico exuberante para a prática consciente de ecoturismo e montanhismo.
Histórico da Degradação da Mata Atlântica
Em relação à ocupação e utilização da Mata Atlântica, a floresta nativa deu lugar a:
- Culturas de cana-de-açúcar, cacau e café;
- Pecuária;
- Floresta cultivada;
- Polos de desenvolvimento urbano.
A devastação das matas teve início ainda no séc. XVI, com o ciclo do pau-brasil, progredindo até os dias atuais quando restam cerca de 12,4% da cobertura florestal original.
Em fevereiro de 1993, um novo decreto regulamentou a exploração da Floresta Atlântica. O decreto aumentou a área de dimensão da Floresta Atlântica a ser preservada, antes restrita à faixa litorânea.
Ao contrário da legislação anterior, que praticamente proibia qualquer forma de utilização econômica da região, considerando a área intocável, o texto atual permite que as comunidades locais mantenham a exploração tradicional de algumas culturas por uma economia de subsistência.
Além disso, prevê que os estados, municípios e Organizações Não-Governamentais (ONG’s) também participem da fiscalização do ecossistema.
Estudos revelam que em cinco anos o Brasil perdeu 533 mil hectares de Floresta Atlântica com derrubada de 1,07 bilhão de árvores. Calcula-se também que de 1990 até 1993 mais de 316.888 hectares de florestas foram derrubadas.
O resultado atual da destruição de quase 5 séculos de colonização, da expansão agrícola e da urbana florestas úmidas adentro, passou por vários ciclos, que marcaram o desenvolvimento do País, destacando os seguintes:
- O da cana-de-açúcar;
- Do ouro;
- Do café;
- O da expansão da agricultura e da industrialização (Atualidade).
Em eras anteriores, especialmente durante o período quaternário, marcado por fortes mudanças climáticas, a Floresta Atlântica viveu momentos de forte retração durante as glaciações, resistindo, fragmentada, apenas em alguns locais conhecidos como “refúgios do pleistoceno”, quando as condições climáticas eram mais amenas.






