Brasileiros estudam sensores que detectam gases poluentes
Parceria entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos busca o desenvolvimento de sensores capazes de detectar gases poluentes na atmosfera. Os semicondutores óxido de cobre e óxido de estanho mostram ter alta sensibilidade e seletividade e se mostram promissores no desenvolvimento de sensores nanométricos para monitoramento ambiental.
O projeto Avanços em óxidos Semicondutores Nanoestruturados para Sensores de gás é resultado de parceria entre a Fundação de Amaparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos.
A pesquisa é coordenada pelo norte-americano Harry Tuller, do Departamento de Ciências de Materiais e Engenharia do MIT, e pelo brasileiro José Arana Varela, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp.
"Além da escala nanométrica (bilionésima parte do metro), que confere mais sensibilidade ao semicondutor, outros fatores também são importantes para a definição desses materiais", explica Varela à Agência Fapesp.
O pesquisador conta que testes feitos no MIT mostraram que diferentes formas de estruturação de partículas dos semicondutores podem levar a grandes mudanças na condutividade elétrica e, portanto, alterar a resposta dos materiais em contato com os gases. "Nosso próximo passo é explicar por que a morfologia é tão relevante nesse processo", diz.
No MIT, a equipe de Tuller tem grande experiência com nanossensores, habilidade para caracterizar os materiais e conta com um sistema muito bem controlado para analisar até oito amostras ao mesmo tempo.
"Sinergia é a palavra-chave para descrever nossa colaboração", afirma Tuller. "As interações pessoais e a capacidade de transferência mútua de competências específicas entre os dois grupos permitiu, em curto espaço de tempo, avanços reais em relação ao tipo de materiais desenvolvidos e interpretação de fenômenos, o que abriu novos caminhos para a pesquisa", completa.
Fonte Uol